quinta-feira, 22 de abril de 2010

Senhoras e senhores: o prefeito Clóvis Volpi.


Gostaria que meu primeiro texto (tardio) nesse blog tratasse das grandes questões que me angustiam e que são derivadas da ação desse sistema famigerado denominado capitalismo.
Na realidade, até ensaiei algumas linhas sobre a degradação da sociedade de consumo, a insustentabilidade do capitalismo por sua avidez em consumir os recursos, a crise econômica global...
Mas, nenhum desses temas (muito relevantes!) conseguiu ocupar a pauta de minhas considerações quanto esse que vos apresento: As peripécias do prefeito de Ribeirão Pires-SP Clóvis Volpi.
Eleito e reeleito pela população ribeiro-piresina (com incríveis 70% dos votos) Clóvis Volpi possui as características do que se convencionou chamar de político administrador: Seu lema é "modernizar e trazer o progresso para Ribeirão Pires" através de uma postura ousada e eficaz, agregando potenciais investidores, fazendo o tão gasto e aclamado "choque de gestão" etc etc etc.
Observando suas ações, porém, é possível constatar que o "choque de gestão" transforma-se em "gestão do choque": através de uma Câmara Municipal completamente dominada (sem nenhum vereador de oposição), o Rei Volpi põe em ação seus planos, maquiando a cidade e os serviços públicos, criando eventos mirabolantes, destruindo as ações populares construídas ao longo dos anos.
A demagogia da modernização cai por terra, ao lembrarmos que Ribeirão Pires tem 100% de sua área localizada em zona de mananciais e, portanto, é preciso pensar em desenvolvimento de maneira sustentável. Curiosamente, Volpi (peço atenção a essa parte, meus queridos leitores: que pertence ao Partido Verde!) refutou o Plano Diretor da cidade, construído durante a gestão de Maria Inês, envolvendo TODA A POPULAÇÃO interessada, discutido amplamente item a item nas plenárias temáticas específicas como as de Urbanização, Saúde, Educação, Meio Ambiente, Cultura, etc. Motivo da não aceitação: Volpi disse que não poria em prática um "plano do PT".
Outro exemplo do "estilo Volpi de governar" é o que ocorreu na Praça Central da cidade: a Prefeitura pagava aluguel do terreno onde ela situava-se e, para "livrar os cofres públicos desse encargo", o prefeito recém-eleito organizou um "plebiscito" (única consulta feita ao povo - absolutamente questionável) onde a "população" (será?) votou pela compra do terreno, por acreditar que o espaço representava o local da reunião dos cidadãos, como a antiga Ágora grega.
Pois bem, o terreno foi comprado e o "Bulevar Ernest Solvay" (este é o nome da praça) perdeu toda a sua característica, transformando-se de um espaço amplo e aberto ao povo, onde os pequenos empreendedores tinham seu negócio na feirinha a preços populares, para um conjunto de edificações (ao melhor estilo Campos do Jordão, o preferido do prefeito) que deram origem a quiosques alugados pela Prefeitura a preços exorbitantes, passando a chamar-se "Vila do Doce". O amargo da situação é que o local transformou-se em área particular, onde as empresas com forte poder aquisitivos ocupam hoje o espaço que era compartilhado pela gente de nossa cidade.
Volpi chamou a isso de modernização, disse que o lugar é chique, bacana. Chamou a isso de benefício. Eu chamo de PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO.
Essa truculência disfarçada em seu discurso fortemente demagógico e melífluo permeia todas as atividades de sua administração. E pela cidade pululam portais, quiosques em cima de rio, a nova (cara, desnecessária e altamente perigosa) rodoviária... Enfim, obras que não vão de encontro com as reais necessidades da população, que não é nem sequer ouvida ou consultada.
O que se sabe de fato, é que a Cultura, a Saúde e a Educação estão totalmente sucateadas e entregue às moscas, enquanto Clóvis Volpi brinca de Niemeyer às avessas.

João Paulo.

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